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PARASHAT MATOT

B”H 

Parashat Matot (Bamidbar 30:2-32:42)

 

A Parashat Matot inicia-se instruindo sobre leis acerca de votos e promessas ao Eterno, como também anulação de votos. HaShem ordena aos Benei Yisrael a guerrear contra os cinco reis de Midiã convocando Pinchás para liderar e levar objetos sagrados na guerra. A Parasha segue dando orientações quanto à divisão dos espólios dos inimigos da guerra e leis de purificação após as batalhas.

 

Depois das conquistas do lado oriental do Yarden (Jordão), as shevet (tribos) de Ruben e Gad pedem a Moshe Rabeinu aquelas terras conquistadas que eram propícias para a pecuária, sendo que eles tinham grande quantidade de animais. Moshe questiona-os em relação à conquista de Erets e eles prometem solenemente que deixariam as famílias e gado nas cidades tomadas e retornariam a eles após a tomada das terras de Erets, conquistadas juntamente com seus irmãos cumprindo assim a vontade Divina da posse da terra.

Qual é a razão de Pinchás ser convocado para liderar esta batalha, não sendo ele um general ou líder militar, mas pelo contrario, um homem criado no estudo e cumprimento da Torah, para assumir no futuro o sumo sacerdócio?

O que a Parasha nos ensina hoje? 

  

Após os conflitos internos envolvendo Pinchás e os rebeldes que se juntaram com idolatria e imoralidade com as medianitas, HaShem ordena a guerra contra estes reis. E falou o SENHOR a Moshé, dizendo: Vinga os filhos de Israel dos midianitas; depois recolhido serás ao teu povo. Falou, pois, Moshe ao povo, dizendo: Armem-se alguns de vós para a guerra, e saiam contra os midianitas, para fazerem a vingança do Eterno contra eles. Um mil de cada tribo, entre todas as tribos de Israel enviareis à guerra. Assim foram dados, dos milhares de Yisrael, mil de cada tribo; doze mil armados para a peleja. E Moshé os mandou à guerra, mil de cada tribo, e com eles Pinchás Ben Eleazar, o Cohen Gadol com os vasos do santuário, e com as trombetas para o toque retinido em seu poder. (Bamidbar 31: 1-6).

Pinchás é posto como Líder desta batalha, coordenando os toques das trombetas e clamando ao Eterno pelo exercito e conquista para a Vitória. Ele ganha este status após ter “expiado” pelo povo, fazendo que a praga que já tinha assolado Am Yisrael chegasse ao fim pela ação Divina. A essência verdadeira do sacrifício é o ato de justiça por meio de substituição. É doar o que é prefeito e a entrega sincera e total do que é puro e agradável ao Eterno como um tipo de compensação do que é impossível pelo homem retribuir ao Kadosh Baruch Hu pelo favor e graça que Ele disponibiliza. Isto se dá na entrega de sua própria vida.

 

Ao se oferecer totalmente à obra de HaShem com amor e zelo, Pinchás coloca os interesses do Criador acima de seus próprios, correndo até diante dos homens o risco de morte. Contudo, HaShem recebe este ato como sacrifício expiatório e derrama Sua misericórdia e perdão a ele e a todo Am Yisrael. “E falou o Eterno a Moshe, dizendo: Pinchás, Ben Elazar Ben Aharon o Cohen Gadol, desviou a Minha ira sobre os Benei Yisrael ao levar a Minha vingança entre eles e assim não consumi os Benei Yisrael com Minha ira. Portanto dize: Eis que lhe dou a Minha Aliança de Paz e será para ele e para sua descendência depois dele, uma aliança de sacerdócio perpétuo porque zelou por seu D’us e fez expiação pelos Benei Yisrael.” (Bamidbar 25: 10-13). 

Assim o erro dos Benei Yisrael cessa nele, recai nele o risco, de responder pela morte de Zimri, sem este passar pela justiça do tribunal. No entanto a causa de Pinchas foi julgada pelo Eterno que deu Seu veredito favorável e D’us confirmou sua vocação e o exaltou ainda mais em sua posição, na promessa e confirmação de sacerdócio em suas gerações, bem como na convocação da liderança desta batalha. Nachmânides, importante talmudista do século XIII afirmou que como Pinchás havia iniciado este processo e como não cabia a seu pai Elazar, o Cohen Gadol guerrear, coube a ele estar a frente desta batalha e vingar os vinte e quatro mil israelitas mortos pela praga, consequências dos pecados de Israel provocados por Midian pelos conselhos de Bilam.

 

Contudo, Pinchás funciona como tipo de Mashiach, rejeitado por muitos de seu povo, por amor a D’us e pelo seu zelo, faz expiação em favor de Yisrael. Da mesma forma Yeshua HaMashiach com seu amor e zelo, purifica o Templo, afastando a impureza em meio ao sagrado. Contudo com este ato estimula ainda mais o ódio de seus opositores, ocorrendo depois de poucos dias a sua entrega ao sacrifício. Portanto o ato de expiação em seu sacrifício no madeiro foi aceito diante de D’us que o aprova fazendo retornar a vida depois de três dias e exaltando seu Nome acima de todo o nome, para a redenção e vitória do povo e para a glória de D’us.

Que, sendo em forma de D’us, não teve por usurpação ser igual a D’us. Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de madeiro. Por isso, também D’us o exaltou soberanamente, e lhe deu um Nome que é sobre todo o nome. Para que ao Nome de Yeshua se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Yeshua HaMashiach HaAdon, para glória de D’us Pai (Filipenses 2: 6-11).

Assim, a justiça se faz pela entrega e o amor a D’us e ao próximo, tanto em Yeshua HaMashiach como também em Pinchás, motivada pelo zelo ao Eterno e ao Reino de D’us. Como Pinchás representa neste evento a obra de Mashiach, cabe a ele liderar a batalha final contra os inimigos que levam o povo de D’us e toda a humanidade a se rebelar contra o Eterno. Assim por esta batalha ser de caráter de juízo, Pinchás seria a pessoa mais indicada à liderança, mesmo sem ter experiência militar, pois o Eterno estaria confirmando a liderança de Pinchás a frente desta vingança e agindo de forma sobrenatural como nos diz a Torah  “(...) teus servos receberam a conta dos homens da guerra que estavam sob nossas ordens e não faltou dos nossos nenhum homem, pelo que oferecemos uma oferta ao Eterno cada um o que achou;” (Bamidbar 31: 49).

Após o término desta batalha, HaShem tinha alertado Moshe Rabeinu que o iria recolher para junto de seus pais. O Talmud relata que Moshe poderia ter protelado o processo para este conflito, no entanto não se preocupou consigo mesmo, mas em cumprir o edito do Eterno, bem como pedir a D’us que estabeleça o seu substituto para que Am Yisrael pudesse estar dentro da vontade Divina. Moshe com cento e vinte anos e anteriormente sabendo que não entraria em Erets Yisrael, não se abala com a ideia de partir deste mundo, pois já estava convicto que o que o esperava no Olam Rabá era infinitamente melhor do que este mundo naquele momento de sua vida poderia oferecer. A espiritualidade de Moshe era extremamente elevada e sua neshamá almejava a submissão ao Eterno e a presença Divina fora dos padrões do nível terreno.

 

Yeshua nos ensina com seus atos e palavras que o verdadeiro servo de D’us deve servir e não ser servido e assim também, tanto Moshe como Pinchás nos dão exemplos de verdadeiros talmidim (discípulos) que estão comprometidos verdadeiramente com a Obra de D’us como diz Rav Shaul: “Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Adon Yeshua, para dar testemunho da Bessorá da graça de D’us;” (Atos 20: 24).

  

Rosh Yossef Chaim (Maurício) – B'rit Olam.

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